sexta-feira, 25 de março de 2011

Sim, nós podemos!

Na última semana, o país esteve atento a visita do Presidente dos Estados Unidos, Barack Obama, e sua família ao Brasil. A histórica vinda de Obama teve como principal motivação a assinatura de acordos comerciais e de ajudas tecnológicas que podem ampliar as relações econômicas entre as duas nações.

Contudo, para além das disputas político-econômicas que foram levantadas e todas as outras questões de infra-estrutura e segurança que surgiram, o que nos chamou a atenção foi o discurso de valorização da educação que os Obamas suscitaram.

A primeira dama Michele em discurso para jovens em Brasília afirmou que, assim como Barack, veio de uma família humilde em que a educação sempre foi prioridade dos investimentos familiares. Ela ainda completou dizendo: “Aprendi há muito tempo atrás que não importa quem você é ou de onde você vem, desde que esteja disposto a sonhar grandes sonhos e de se esforçar ao máximo para alcançá-los e aceitar todos os riscos ao longo do caminho. O importante é saber que tudo é possível. Quero que olhem para mim e vejam que tudo é possível, por isso estou aqui, por isso estou dirigindo minha palavra a vocês. Não há nenhuma razão para que vocês não possam estar aqui no meu lugar no futuro.”

A realidade educacional brasileira e americana é mais próxima do que podemos imaginar. A herança da segregação e discriminação racial é um fator decisivo tanto nos anos de estudo como nas oportunidades salariais. O negras e negros americanos e brasileiros possuem menos anos de estudo que os brancos. E, em pior situação, estão as mulheres negras, que mesmo tendo, em média, mais anos de estudo, ainda perdem na média salarial para os homens negros.

Segundo dados da Pnad 2008,  a média de anos de estudos da população branca é de 8.1, enquanto que na parcela preta e parda a média é de 6.4. O mesmo levantamento ainda destaca que o rendimento médio mensal da brancos é de 3.4 salários mínimos e, o dos pretos e pardos é de 1.8 salários mínimos.

Sabemos que o enfrentamento ao racismo é a principal luta dos movimentos negros em todo o mundo. Mas a questão da desigualdade do nível educacional relegada a população negra talvez deva ser tratada de maneira mais enfática. Algumas políticas afirmativas têm sido feitas com o objetivo de atenuar tal situação, (como o caso das cotas em universidade públicas) porém é algo muito incipiente.

O simbolismo da visita de Barack em nosso país, que tem quase 50% da população (vide Pnad 2008) total composta de pretos e pardos, é um momento propíco para que se retome discussões mais estruturais entorno das políticas públicas de promoção da igualdade racial.

E vocês o que acham? 

quinta-feira, 3 de março de 2011

A Folia das Mulheres

Na próxima semana comemoraremos, em pleno fervo de Carnaval, o Dia Internacional da Mulher. A data foi instituída oficialmente pela ONU no calendário mundial em 1975, como uma forma de homenagear as 130 mulheres cruelmente mortas em uma greve de uma indústria têxtil nos EUA, em 8 de março de 1875.

Mas do que relembrar esse trágico episódio, o dia é um símbolo da luta pela garantia dos direitos femininos. Oportunidades e tratamentos iguais entre homens e mulheres, enfrentamento a cultura machista e combate a violência e desvalorização das mulheres são algumas das principais bandeiras do nosso movimento, da nossa batalha diária.

Esse ano a data cai em momento oportuno para lembrarmos de mais uma triste estatística que recai sobre a população feminina. A AIDS tem hoje no Brasil a maior incidência de casos registrados em mulheres de 13 a 19 anos (10 meninas para cada 8 meninos). Segundo dados do último Boletim Epistemológico do Ministério da Saúde a razão de infecções entre homens e mulheres vem caindo drasticamente. Em 1989, existiam 6 homens infectados para 1 mulher. Atualmente, esses indicadores são 1,6 homens infectados para 1 mulher.

Desde que foi declarada como pandemia na década de 80, as informações sobre a AIDS e suas formas de contágio são amplamente debatidas e esclarecidas pelo governo e pelos meios de comunicação. Acreditamos que mesmo com toda essa campanha ainda é necessário insistir e, por isso, gostaríamos de alertá-las para um ponto delicado.  O uso da camisinha é uma decisão (e dever) do casal, dos parceiros sexuais, mas na prática, o que se percebe é que, essa atitude é uma responsabilidade da mulher. Pensem, é pelo consentimento da parceira que o homem deixa de colocar a camisinha.

Pretendemos tratar essa questão de forma leve e sincera. Sexo é bom! Mas devemos sempre nos respeitar e não negligenciar nosso corpo!

Em meio a alegria e a curtição boa de carnaval que toma conta do país, não poderíamos deixar de repetir a famosa marchinha “BOTA CAMISINHA, BOTA MEU AMOR! QUE HOJE TÁ CHOVENDO, NÃO VAI FAZER CALOR!”

USEM CAMISINHA!